Nome: Tobias Fett

Função: Médico veterinário responsável pelas cirurgias e exames de imagem (ultrassom e raio-x). Atendo também as consultas quando se trata de casos que serão encaminhados para a cirurgias.

Há quanto tempo trabalha na Chatterie?
Trabalho de forma integral desde setembro de 2012. Mas construímos a clínica juntos desde 2007, em Caxias do Sul, onde sempre estive ajudando dentro da minha área. Muitas noites fiz cirurgias pra Chatterie, mesmo tenho trabalhado na minha clinica em Nova Petrópolis durante o dia , hehehe.

Sempre soube que queria ser veterinário de gatos?
Não, amo toda vida animal, seja ela de espécie for. A ‘culpada’ de colocar o gato na minha vida foi minha mãe! Um dia quando cheguei da faculdade tinha um Himalaia em cima da minha cama. Um lindo gato macho. Só gosta de gato que já teve um. O Kiko, era muito querido, amável e viajava comigo de Porto Alegre a Nova Petrópolis, nos fins de semana, (quando minha mãe via ele). Ele era mais da minha mãe do que meu, pois ele fazia uma festa enorme quando via ela. E foi aí que comecei a perceber as particularidades dos gatos.
Quando minha vó ficou muito doente na UTI ele adoeceu também, ficou muito doente. Minha vó ficou boa e meu gato faleceu com ictericia acentuada. Minha mãe até hoje diz que ele trocou sua vida pela dela. Além disso, até hoje não me disseram do que ele morreu – mais improbidade dos vets generalistas. Não estavam preparados para cuidar do meu Kiko. Minha indignação ficou muito clara quando via o gatil da minha faculdade ser esquecido pelos residentes (ninguém gostava de entrar lá). Depois que conheci a Rochana juntamos as forças, e tentamos equilibrar essa equação.

Qual a melhor coisa de trabalhar com gatos?
A melhor coisa de trabalhar com gato é ver ele melhorando durante a terapia. Nem sempre eles sabem que estão longe da sua casa por uma razão muito importante, mas sentem, depois que estão melhorando, que foi importante. Tem duas coisas valiosas para mim em trabalhar com gatos. Posso sentir quando estão melhores só de ver eles dormindo (o jeito é posição que eles estão dormindo) e através da expressão do olhar (que comunica dor, satisfação, conforto, desconforto, alegria). Interpretar seus gestos me faz sentir que estamos no caminho certo.

Se você pudesse ter um superpoder como vet, qual seria?
Adoro isso, não sei se tem nome para a minha escolha, mas gostaria de conversar com os animais! Desde pequeno converso com eles, ate acho que o problema de não obter resposta é meu, pois eles até respondem mais não consigo entendê-los. Por isso que tento de toda a maneira interpretar o que eles estão dizendo com os seus gestos corporais. Bater um papo cabeça com os meus filhos seria o máximo, não é? Apesar de que o meus filhos, se falassem, certamente reclamariam que eu trabalho muito e não tenho tempo pra eles, hehehehe.

Algum dos felinos residentes na Chatterie é seu assistente/ajudante?
Todos os gatos têm momentos de carinho comigo durante o dia, mas confesso que os gatos não entram na sala de cirurgia. Acho que eles têm medo de saírem de lá com um pedaço faltando hehehe. Mas a Fifis é um grude com o pai dela, sempre que pode fica ao meu lado ou no meu ombro.

Algum caso na Chatterie que tenha mexido mais contigo?
Tenho muitos casos maravilhosos, mas quero citar um em especial. Teve um gato que ficou muito doente pois estava com o intestino trancado, cheio de bola de pelo em todo intestino, e precisava de uma cirurgia urgente pra retirar todo conteúdo, estava muito debilitado. Foi numa época em que era só eu e a Rochana, então ela tinha que auxiliar na cirurgia e já era 1h da manhã. Eu estava muito ligado, focado mesmo, e a Rochy muito cansada. Quando eu terminei a cirurgia a rochana estava dormindo em pé, mas não largou o gatinho, ficou comigo até o fim. O mais interessante ocorreu a seguir! Fomos com ele se recuperando para cama (sim, fizemos o pós operatório com o gatinho no meio de nós na cama, ele no soro e bem quentinho). Entre um cochilo e outro, percebi q o gatinho estava falecido. Fiquei muito triste pois tinha dado o meu melhor e não foi o suficiente. Falei com a Rochy e disse: “Coração, o gatinho faleceu”. Por volta das 8h , fui acordado com o mesmo gato pulando em cima de mim, miando. Meu coração quase saiu pela boca, será que eu me enganei? Agradeci muito a Deus por ele estar vivo.

Pai dos gatos: Sou pai dos gatos Bolinha, Fifis, Juju, Fuço, Otto, Chulli, Dudu, Pati, Juquinha, Sofi, Bifinho, Pãozinho. Não tinha contado quantos eram no total 12, bah!

Trabalhar na Chatterie é…
Trabalhar na Chatterie é um eterno aprendizado. Temos que saber tratar não só os bigodinhos como ensinar os proprietários a tratar deles melhor. Sem dúvida, sou um felizardo em trabalhar naquilo que gosto, amo em ver o meu trabalho beneficiar os gatinhos.